domingo, 22 de maio de 2011

Erros em nossas traduções da Biblia Sagrada.

Temos lutado contra ensinos erroneos da palavra de Deus. Muitos desses ensinos, são resultados de traduções para outros idiomas, com erros. Abaixo colocamos alguns desses erros de tradução. Isto não significa que a Biblia enquanto palavra de Deus tem erros. Mas, que foram e são cometidos erros pelos tradutores desatentos ou mal intensionados, tendenciosos ás sua crenças. Vejamos:




EXEMPLO 1: Bíblia que circula hoje:
Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.            Gênesis 6:6
Deus não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa [...] .                             Números 23:19
Pergunta: O ETERNO se arrepende ou não?
Comentários do Apóstolo e Teólogo Fábio Vilas-Bôas:
A palavra do Criador do Universo é imutável (não muda). Vamos ver agora como está na tradução corrigida do hebraico para o português.

Então entristeceu-se o YE'RRUA pelos feitos do homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.               Bereshit (Gênesis) 6:6
EXEMPLO 2:Bíblia que circula hoje:
E apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos.     1 Coríntios 15:5
Pergunta: Que doze? Se Judas havia morrido!

E que foi visto por Kéfáh (Pedro), e depois pelos onze.  



EXEMPLO 3: Biblia que circula hoje:
Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filho de Israel avaliaram. E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou.  Matheus 27:9-10.


Pergunta: Quem profetizou isto, Jeremias ou Zacarias?
Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salárioe, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O senhor, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do Senhor.  Zacarias 11:12-13.


EXEMPLO 4: Biblia que circula hoje:
O que seria mais criativo do que passar um camelo no fundo de uma agulha? Será que a melhor explicação deste texto é afirmar que existe em Israel um lugar chamado "agulha", por onde os camelos passam? Não, porque a estrutura da frase indica objeto e não lugar. A palavra em questão, no Aramaico, é "Gamla". Da forma como é escrita (sem vogais, pois o aramaico não possui vogais), pode tanto indicar "camelo" quanto "corda". A última opção é obviamente a melhor: "mais fácil passar uma corda por uma agulha..."  Mat. 19:24;Marc. 10:25 e Luc. 18:25.


No grego fala em "salgar com fogo". Só que estamos acostumados a salgar com sal. O que ocorre é que a palavra usada em Aramaico neste texto tem sentido de pulverizar, ou salgar dependendo do contexto. O que daria sentido ao texto é: "porque cada um será pulverizado com fogo..." O que podemos perceber é que o tradutor foi influenciado pelo texto seguinte achando que se tratava do mesmo assunto e acabou se confundindo. Marcos 9:49.


O grego cita que "Abiatar" era o sumo sacerdote nos tempos do rei David. Contudo, I Samuel 21:1 e 22:20 dizem que Aimeleque, pai de Abiatar é que era o sumo sacerdote. Marcos 2:26


Simão "o leproso". Encontramos esta expressão nos evangelhos gregos. Aqui Yeshua (Jesus) está hospeddo na casa de Simão o leproso. Sabemos que pela Lei estabelecida pelo Eterno, um leproso não poderia ter contato com outras pessoas (Numeros 5:2). Não poderia viver em uma casa, nem em uma aldeia (este vivia em Betânia). Ainda mais, Yeshua (Jesus) o visitou e ele continuou "Simão, o leproso". Como lidar com esse problema? Aquela geração legalista nunca iria permitir que um leproso permanecesse dentro da aldeia, nem dentro de casa, e nem em contato com outras pessoas! A explicação está no Aramaico. As palavras que indicam "leproso" e fabricante de jarros" são semelhantes no Aramaico - Gar'ba = leproso (Mateus 8:2; Luc. 4:27), e Garaba = Oleiro, fabricante de jarros (Mateus 26:6; Marcos 14:3; Lucas 22:10). Uma vez que o Aramaico é escrito sem vogais, as duas palavras são identicas (guímel-resh-beth-alef) repare que logo na sequência há uma mulher trazendo um jarro. A conclusão é óbvia: Simão era fabricante de jarros, e não leproso.


Por ultimo neste post, vamos comentar Atos 9:36. Aqui há uma pequena confusão dos tradutores quanto ao nome de Tabita (aramaico) e Dorcas (grego). diz o texto: E havia em Jope uma discípula chamada Tabita,que traduzido se diz Dorcas. Esta  estava cheia de boas obras e esmolas que fazia.  Pergunto onde está a tradução de Tabita? Aqui ocorreu uma traduçao do significado de Gazela em grego, que é Dorcas, mas a tradução para o português continuo faltando em nossas versões. A NVI é mais fiel ao explicar que é a tradução de Gazela, para o grego.
Veja na Biblia de Estudo - Nova versão Internacional- 2005  - Em Jope havia uma discípula chamada Tabita, que em grego é Dorcas... . Ou seja, carece de tradução ainda, para a versão em português, ou seja: Tabita é "gazela" em Aramaico e Dorcas é "gazela" em grego. Logo deveria constar na versão em português a seguinte frase: Havia em Jope uma discípula cujo o nome era Tabita , que traduzido  é Gazela.  ou ainda: ... Havia em Jope uma discípula chamada Dorcas, que traduzido é Gazela...


Esperamos ter contribuido para um compreensão das Escrituras de acordo com o que está mais próximo do Original. Shalom Adonai.

domingo, 8 de agosto de 2010

Continuação- Sob a lei , obras da lei

Este artigo é uma exposição mais detalhada da questão apresentada no post “Sob a Lei" e "Obras da Lei”.







“(...) percebemos que a pessoa não é declarada justa por Deus com base na observância legalista dos mandamentos da Torah, mas por meio da fidelidade decorrente da confiança no Messias Yeshua (...).” (Gálatas 2:16, NTJ)







Observância legalista dos mandamentos da Torá. A palavra grega “nomos”, que em geral significa “lei” é a palavra normalmente utilizada no Novo Testamento para o hebraico Torá, em geral traduzida para “Lei de Moisés” ou simplesmente “Lei”. Em função disso, a maioria dos cristãos pensa que “erga nomou”, literalmente “obras da lei”, um termo que aparece três vezes no v. 16, deve significar “atos feitos em obediência a Torá”. Isso, no entanto, é um erro. Um dos mais bem guardados segredos do Novo Testamento é que quando Sha’ul escreve “nomos” muitas vezes não quer dizer “lei”, mas “legalismo”.







Para que minha defesa dessa interpretação não se pareça um tanto apelativa, defenderei o meu ponto de vista citando dois notáveis eruditos cristãos gentios, sem que nenhum judeu messiânico tivesse demonstrado particular interesse no assunto. C. E. B Cranfield, em seu comentário do livro de Romanos, escreveu:







“(...) será bom manter em mente o fato (o qual até onde sabemos, não recebera a devida atenção até ser notado no [artigo de Cranfield] Scottish Journal of Theology, Vol. 17, 1964, p. 55) que a língua grega nos dias de Paulo não possuía nenhum grupo de palavras que correspondesse aos nossos termos ‘legalismo’, ‘legalista’ e ‘legalístico’. Isso significa que faltava a Paulo uma terminologia adequada que pudesse expressar essa distinção fundamental, o que dificultou seriamente a exposição da perspectiva cristã quanto à lei. Diante disso, deveríamos sempre, assim pensamos, estar prontos a considerar a possibilidade de que as declarações paulinas, que a primeira vista parecem depreciar a lei, foram na verdade dirigidas não contra a própria lei, entretanto contra uma interpretação errônea e um uso equivocado da lei, para o que agora possuímos uma terminologia adequada. Paulo foi pioneiro quanto a esta difícil questão. Se fizermos a devida correção neste caso, não seremos confundidos ou enganados com tanta facilidade por certa falta de precisão nas declarações que por vezes encontraremos.” (C. E. B. Cranfield, The International Critical Commentary, Romans, [O comentário crítico internacional, Romanos] 1979, p. 853).







Cranfield está certo, exceto quanto à sua especulação acerca de ser o primeiro. Quarenta e três anos antes, Ernest De Witt Burton, em seu clássico comentário de Gálatas, também deixou claro que no versículo em questão “nomos” significa “legalismo” e não a Torá divina:







“Nomou é utilizada de modo claro aqui (...) em seu sentido “legalístico”, indicando a lei divina apenas como um sistema puramente legalista que se constitui de obrigações e funciona na base da obediência ou desobediência, diante do qual o homem é aprovado ou condenado em função de sua dívida e desprovido de qualquer graça. Isso é a lei divina conforme definida por um legalista. No entendimento do apóstolo, essa noção só tem validade na medida em que se constitui em um dos elementos da lei divina, separado de todos os demais elementos e aspectos que constituem a totalidade da sua revelação. Ao se fazer essa separação, a vontade de Deus e a sua verdadeira atitude para com o homem são distorcidas. Por erga nomou Paulo quer dizer atos de obediência para com leis formais executados em um espírito legalista, na expectativa de conseguir com isso merecer e garantir a aprovação e a recompensa divinas; obediência essa, em outras palavras, feita de acordo com o entendimento da lei do Antigo Testamento pelos legalistas, por eles expandida e interpretada. Embora nomos não existisse no sentido de ser equivalente à base da justificação na lei divina, erga nomou, entretanto, existia de modo muito real na forma de pensar e na prática de homens que concebiam a lei divina desta maneira (...). A tradução dessa frase aqui e em diversos outros lugares (...) por ‘as obras da lei’ (...) é um grave erro das [versões que a apresentam].” (E. Burton, The International Critical Commentary, Galatians, [O comentário crítico internacional, Gálatas] 1921, p. 120).







A frase “erga nomou”, encontrada somente nos escritos de Sha’ul, é utilizada oito vezes e sempre em relação a uma discussão técnica acerca da Torá, sendo três vezes aqui; em 3:2, 5 e 10; e em Rm 3:20, 28. Dois outros usos de “erga” (“obras”) estão em estreita associação com a palavra “nomos” (“lei”) – Rm 3:27, 9:32. Até mesmo quando ele utiliza “erga” de forma isolada, o significado implícito em geral é o de “obras legalistas” (5:19; Rm 4:2, 6; 9:11; 11:6; Ef 2:9; 2Tm 1:9; Tt 3:5), embora ele a use 17 vezes de uma forma neutra (Rm 2:6; 13:3, 12; 2Co 11:15; Ef 2:10; 5:11; Co 1:21; 1Tm 2:10; 5:10, 25; 2Tm 3:17, 4:14; Tt 1:16; 2:7, 14; 3:8, 14).







Minha conclusão é de que em todos os casos “erga nomou” não significa atos realizados em função de se seguir a Torá da maneira em que Deus planejou, mas atos realizados como conseqüência de se perverter a Torá fazendo dela um conjunto de regras as quais, supõe-se, podem ser obedecidas de forma mecânica, automática e legalista, sem que se tenha fé, sem que se deposite a devida confiança em Deus, sem que se ame a Deus e aos homens, e sem que se esteja no poder do Espírito Santo.







“Erga nomou”, portanto, é um termo técnico cunhado por Sha’ul para atender de forma precisa a necessidade acerca da qual Cranfield escreveu; uma expressão que fala de legalismo e não da lei. No entanto, em razão do tema abordado por Sha’ul ser a falta de compreensão e perversão da Torá em algo que nunca pretendeu ser, erga nomou é, especialmente neste contexto, “obras legalistas relacionadas à Torá”, exatamente como Burton explicou. Essa é a razão da minha tradução: observância legalista dos mandamentos da Torá.







De modo semelhante, “upo nomon” (“sob a lei”), que aparece cinco vezes nesta carta, jamais significa simplesmente “sob a Torá”, no sentido de “sujeito às suas prescrições” ou de “vivendo dentro de sua estrutura”. Antes, com apenas uma variação de fácil explicação, é a forma curta de Sha’ul expressar “vivendo sob a opressão causada por se estar escravizado ao sistema social ou à mentalidade que se origina sempre quando a Torá é deturpada em legalismo”.







Pesquisadores cristãos já discursaram de forma ampla acerca da suposta ambivalência do entendimento de Sha’ul quanto a Torá. Seus esforços têm sido no sentido de demonstrar que, de algum modo, ele conseguia abolir a Torá sem deixar de respeita-la. Pesquisadores judeus não-messiânicos, elaborando sobre essa conclusão pretensamente correta e fornecida de forma gratuita por seus colegas cristãos de que de fato Sha’ul aboliu a Torá, tomaram para si a responsabilidade de demonstrar que a conseqüência lógica do fato de Sha’ul ter abolido a Torá é que ele também não a respeitava, e por isso teria removido a si próprio e a todos os futuros crentes judeus em Yeshua, do campo do judaísmo (a tão conhecida “bifurcação do caminho”). Deste modo, judeus não-messiânicos de orientação liberal dos tempos modernos também tiraram a sua casquinha da situação reivindicando Jesus para si na qualidade de um excelente mestre judeu, e ao mesmo tempo fazendo de Sha’ul o vilão da história.







Sha’ul, entretanto, nesse caso, não era ambivalente. Para ele a Torá de Mosheh era inequivocamente “santa” e cada um de seus mandamentos “santo, justo e bom” (Rm 7:12). E de igual modo eram as obras feitas em verdadeira obediência à Torá. Mas para que fossem consideradas boas por Deus, as obras feitas em obediência à Torá tinham que estar alicerçadas na confiança, e não no legalismo (veja Rm 9:30-10:10&NN). Se mantivermos em mente que Sha’ul não tinha nada de bom para dizer acerca do pecado de se perverter a Torá em legalismo, e nada de ruim para dizer sobre a Torá em si mesma, então as pretensas contradições quanto à sua visão da Torá simplesmente desaparecem. Em vez de ser o vilão que destruiu a principal sustentação do judaísmo, levando os judeus a se desviarem, ele é o mais autêntico expositor da Torá que o povo judeu já teve, além do próprio Messias Yeshua

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Yeshua não veio anular a lei

Yeshua não veio anular a lei, mas cumpri-la e revelar os princípios contidos nos preceitos. Ele veio nos salvar pela graça, suprindo isto através do seu sacrifício no madeiro. No momento em que somos salvos, a Torah (lei), ou seja, a instrução de D’us, é implantada em nosso coração e passa a ser um referencial, acerca do que é certo e do que está errado. Isto é operado pelo espírito de D’us que passa a habitar naquele que aceitou o testemunho de Yeshua, e se tornou um filho da luz. Certa vez, Yeshua disse: “Não pensem que vim abolir a Torah (Lei) ou os profetas. Não vim abolir, mas completar (tornar plena). Amém! Porque digo a vocês: até que o céu e a terra passem, um “yod” (menor letra hebraica) ou apenas um “traço” (pequenas linhas que formam as letras hebraicas), não passarão (não serão tirados) da lei, até que tudo venha a existência (sem cumpra). Conseqüentemente, quem declarar ilegal (destruir) apenas um dos menores mandamentos (mitzvot), e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos Céus, mas quem observar (fazer) e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus” (Mateus 5:17-19 – tradução literal). O Mashiach não veio anular a Torah, e enquanto houver o céu e a terra, nem a menor letra será abolida, como está escrito. A graça e a lei interagem e são na verdade inseparáveis. A lei nos revela que somos pecadores, a graça, por sua vez, nos concede a redenção, mas isto se houver genuíno arrependimento no nosso coração. A graça nos coloca no caminho do Eterno e a lei nos ensina como devemos andar na Sua presença. A Torah nos ensina aquilo que agrada a D’us e aquilo que é abominável aos Seus olhos. Na verdade, estamos lidando com leis espirituais que regem a relação do homem com D’us, com o próximo, com ele mesmo, com os animais, com os seres espirituais e com a terra e tudo que nela há.

Quando falamos de lei, obviamente não estamos falando de legalismo, que é uma maneira errada de lidar com a Torah. Na verdade, só com a presença do espírito de D’us, uma pessoa pode seguir a Torah da maneira correta, tendo como referencial o amor e a justiça do Eterno. Yeshua não foi contra a lei mas contra a maneira legalista de encarar a Torah. A palavra de D’us diz que a “letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6). Mas, por outro lado, não devemos desprezar a lei, pois na B’rit Chadashá há uma grave advertência acerca disto. O texto diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:21-23). Neste texto Yeshua não está falando de pessoas desviadas ou alheias a vida de D’us, pois nestes casos não poderiam exercer o poder de D’us. São pessoas que embora experimentaram a salvação e a unção do Espírito do Eterno, desprezaram os princípio de D’us e se deixaram voluntariamente levar por uma vida desregrada. A palavra iniqüidade no texto (anomos) tem origem do termo grego, “anomia”, que significa literalmente o ato de descumprir e violar a lei, ou a atitude de desprezo pelas leis do Eterno, já que lei em grego é “nomos”.

A Torah e os demais escritos da Bíblia são maravilhosos, mas a chave para entendê-los só pode ser revelada pelo Eterno, e isto ocorre pela operação do Seu espírito em nós. O termo: “Torah”, que normalmente é traduzido como “Lei” ou “Lei de Moisés”, significa literalmente “Instrução”, “ensino”. Na verdade a Torah, através dos cinco primeiros livros da Bíblia, revela a instrução dada por D’us de como devemos conduzir nossas vidas. Isto foi concedido primeiro ao povo de Israel, que se tornou depositário da Torah, e após a vinda do Mashiach se estendeu a todas as nações, que são representadas pelas pessoas que foram salvas e enxertadas na oliveira. A oliveira é Israel, no sentido da cultura espiritual concedida pelo Eterno, ou seja, os preceitos, os princípios, as bênçãos, as promessas e profecias que foram edificadas desde o tempo de Abraão. Os preceitos contidos na Torah, na verdade revelam princípios espirituais e eternos. O apóstolo Paulo disse certa vez: “De modo que a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom...Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Romanos 7:12 e 14). Assim como existem leis naturais, também existem leis espirituais, e é disso que a Torah trata através dos preceitos que na verdade revelam princípios. Logo, quando estes princípios são quebrados, danos ocorrem na vida do transgressor, além de que a pessoa fica vulnerável aos ataques dos espíritos malignos. Costuma-se chamar isto de “brechas”, ou seja, fendas na nossa proteção, por estarmos fora da posição correta, fazendo aquilo que não agrada a D’us. Por outro lado, quando obedecemos a estes preceitos, estamos cumprindo princípios eternos, que inevitavelmente atrairão bênçãos sobre as nossas vidas. Em outras palavras, se quebrarmos leis naturais, como por exemplo à lei da gravidade, e nos precipitarmos de um lugar muito alto, isto nos causará danos e o mesmo acontece quanto às leis espirituais. Se a obediência atrai a bênção, a desobediência por sua vez atrai a maldição, como diz a palavra de D’us: “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição; A benção, quando cumprirdes os mandamentos do Eterno vosso D’us, que hoje vos mando; Porém a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Eterno vosso D’us...” (Deuteronômio 11:26-28b). É uma lei de semeadura, como lemos na B’rit Chadashá: “Não erreis: D’us não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7).

Na B’rit Chadashá, entendemos que o sacrifício do Mashiach substituiu o sacrifício dos animais, aperfeiçoando-os, embora o princípio era o mesmo, ou seja, a necessidade de se derramar o sangue para expiação dos pecados. Yeshua na verdade fez um sacrifício perfeito, a fim de que o sangue derramado pelo corpo que Ele usou na terra, servisse permanentemente de expiação para todos aqueles que dele se aproximam, com um coração sincero e verdadeiramente arrependido. As suas primeiras palavras para o povo de Israel foram: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus” (Mateus 4:17). Mas tudo aquilo que não foi substituído, continua em vigor e é esperado que aqueles que tiveram uma genuína experiência de salvação e aceitaram o testemunho do Messias, sejam os primeiros a honrar e a guardar os mandamentos de D’us com todo o seu coração. Por isto o apóstolo João disse: “Aquele que diz: Eu o conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (1 João 2:4). Os mandamentos que João estava se referindo são os preceitos da Torah e ele deixou isto claro nos versículos seguintes, dizendo: “Irmãos, não voz escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes”. (1 João 2:7).

Voltando a tratar da relação da graça com a lei, existem duas passagens no livro dos profetas que definem com clareza a interação entre elas. Na verdade, como já foi falado, a Torah só será vivida de maneira plena e correta com a presença do espírito de D’us: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o Meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Exequiel 36:26,27); “Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e Eu serei o Seu D’us e eles serão o Meu povo” (Jeremias 31:33). Observe que após o recebimento do espírito de D’us, a Torah se torna ainda mais viva, pois é escrita no coração de quem recebe. Podemos dizer que a Torah, o Novo Testamento e o restante dos livros da Bíblia estão em perfeita harmonia e revelam o plano de salvação de D’us para a humanidade.

Yeshua revelou muitos princípios eternos contidos na Torah e trouxe a luz o entendimento correto acerca de algumas questões de difícil entendimento. Como já vimos, a Torah tem como alvo o plano de salvação de D’us para o ser humano e, sendo assim, poderíamos dizer que a Torah aponta para o Mashiach, pois ele é o instrumento do Eterno, para trazer a salvação para Israel e para as nações. Há um versículo mal traduzido na maioria das bíblias, que ao ser traduzido de maneira correta, fala exatamente acerca disto. Em Romanos 10:4, se lê em algumas versões (com exceção da bíblia de Jerusalém): “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”. A palavra “fim”, neste versículo, foi traduzida do termo grego “telos”, que tem o significado de “finalidade” ou “alvo” neste contexto. Em “1 Pedro: 1:9”, encontramos este mesmo termo, “telos”, numa formação de frase idêntica. O versículo diz: “Alcançando o fim da nossa fé, a salvação das vossas almas”. É obvio que em ambos os casos a tradução não está correta ou pelos menos induz ao erro. Colocar a frase “o fim da lei é Cristo”, demonstra uma tentativa de fundamentar uma doutrina equivocada de que o Messias de Israel veio anular a lei. Isto estaria em contradição com um versículo lido neste tópico, onde Yeshua afirma que não veio anular a lei, e que enquanto existir o céu e a terra, nada se omitirá da lei, sem que tudo se cumpra. Na verdade Yeshua não veio anular a lei, da mesma forma que a fé não anula a salvação. O termo “telos” nos versículos citados, tem claramente o sentido de finalidade ou alvo e de modo algum fim, no sentido de anulação ou término. Tendo em mente também que a palavra Torah foi traduzida como lei, mas na verdade significa literalmente instrução, como já falamos, traduziríamos corretamente os versículos citados da seguinte maneira: Em “Romanos 10:4” diríamos: “Portanto a finalidade da Torah é o Messias para justiça de todo aquele que crê”. Em outras palavras, a Torah aponta para o Messias, que por sua vez traz salvação para todo aquele que Nele confia. Quanto ao versículo que está em “1 Pedro 1:9” diríamos: “Alcançando a finalidade da vossa fé, a salvação das vossas almas”. Em outras palavras, a fé aponta para a salvação, que está fundamentada no sacrifício perfeito efetuado pelo Filho de D’us.

Então, se a Torah não foi abolida e não só Yeshua, mas também os apóstolos incentivaram o cumprimento destes preceitos, o que foi que o apóstolo Paulo tanto combateu? Isto trouxe tantos maus entendidos nas teologias formuladas posteriormente, as quais passaram a defender a extinção da lei pela graça. Em primeiro lugar estes maus entendidos começaram a ocorrer já no primeiro século, e isto está expresso nas palavras do apóstolo Pedro, que disse: “Falando disto, como em todas as suas cartas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pedro 3:16). Pedro estava dizendo que existem dois tipos de pessoas que distorcem as palavras de Paulo, as quais são denominadas de: indoutos e inconstantes. A palavra indouto significa uma pessoa que não tem instrução, e neste caso é evidente que Pedro está falando de pessoas que não conhecem a Torah ou a cultura bíblica-judaica e usam as palavras de Paulo sem entendimento, ou tendo um referencial equivocado, como a filosófica grego-romana. O tipo de pessoa inconstante é aquela que não está disposta a se sujeitar a D’us, e formula argumentos para justificar os seus erros ou a não observância daquilo que lhe é difícil e penoso. Se isto já era um problema na igreja do primeiro século, nos últimos dias será a maior fonte de falsas doutrina que resultarão na apostasia, ou seja, no afastamento da sã doutrina e na formulação de teologias permissivas que relativizam praticamente tudo e pregam a completa extinção da lei. Lemos isto no conselho do próprio apóstolo Paulo a Timóteo: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, amontoarão para si doutores (professores, mestres) conforme as suas próprias concupiscências (desejos da carne)” (2 Timóteo 4:3). Em outras palavras, homens hábeis que enganam com astúcia por interesses próprios, ou homens que aparentemente tem boas intenções, mas encobrem até de si mesmos, intenções contaminadas também por interesses próprios, pela vaidade ou por comodismo, e assim, tanto um como o outro, se tornam professores de enganos, falando o que as pessoas querem ouvir, ao invés do que as pessoas precisam ouvir. Nenhum profeta ou servo de D’us foi muito popular, ou permaneceu popular por muito tempo, pois a Palavra Divina embora tenha o propósito de gerar vida espiritual, e proporcione benefícios nesta vida transitória, no começo ativa um processo de transformação que culmina na morte para o ego, a fim de gerar vida e bênção. Este processo de transformação não se constitui em hipótese alguma uma experiência agradável, embora produza a médio ou longo prazo sentimentos de verdadeira e permanente felicidade.

Respondendo agora a pergunta, o que o apóstolo Paulo combateu e o próprio Messias Yeshua também o fez foi em primeiro lugar à atitude legalista, sem substância espiritual, que na verdade é uma maneira carnal de tentar obedecer aos mandamentos. O legalista está contaminado pelo orgulho e tem a atitude de menosprezar as outras pessoas, por se considerar mais santo do que os outros. O legalista na verdade não tem profundidade espiritual e sua fé está fundamentada apenas em conceitos mentais, na letra da lei e não no espírito da lei. Isto porque não tem uma experiência vívida com o Eterno, e assim valoriza mais o rito do que o sentimento espiritual, a religiosidade mais do que a experiência com D’us, a tradição mais do que a Palavra de D’us. Esta atitude pode ocorrer com qualquer pessoa, mesmo alguém que não acredite na Torah, mas é legalista quanto à doutrina que professa, seja ela qual for.

O segundo aspecto a ser combatido são as tradições humanas que foram formuladas pelos rabinos, para cercar os mandamentos, ou seja, para ajudarem no cumprimento dos mandamentos, em razão de algumas não terem sido inspiradas pelo Eterno, e acabaram trazendo um excesso de rituais e práticas religiosas. O problema com isto é que se perde o foco da Torah, que é substituída por várias práticas religiosas, que embora tenham a aparência de religiosidade, não causam uma transformação interior profunda, levando inevitavelmente a hipocrisia e a uma rigidez excessiva. Yeshua certa vez disse algo, citando o texto que está no profeta Isaías capítulo 29, versículo13: “Este povo se aproxima de Mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus 15:8). Mas, é bom ressaltar que existem também boas tradições, que estão em concordância com os princípios da Torah, como lemos na B’rit Chadashá: “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por carta nossa” (2 Tessalonicenses 2:15).

Por tudo isto, é sumamente importante haver uma restauração na igreja do Messias, acima de tudo para valorizar a palavra de D’us como um todo. A restauração também abre a porta para um tempo de restituição, e muitos conhecimentos que haviam sido tirados da igreja, agora voltam a ser acessíveis, justamente nesta época que antecede a segunda vinda do Messias Yeshua. A Torah é um tesouro que está sendo restituído para a igreja e devemos estudá-la diligentemente, pois tudo o que o Mashiach fez e falou está fundamentado na Torah. Em outras palavras, a Torah é o pano de fundo de todo o ensinamento do Messias. Certa vez ele disse: “Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas” (Mateus 13:52). É preciso ter um equilíbrio entre o conhecimento e a manifestação do poder de D’us, para andarmos de maneira segura na presença do Eterno. O Mashiach certa vez disse: “Yeshua, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de D’us” (Mateus 22:29). Vamos voltar as veredas antigas e fazer aquilo que agrada ao Eterno. No livro de Salmos encontramos uma palavra muito encorajadora: “Muita paz tem os que amam Tua Torah, e para eles não há tropeço. (Salmos 119:165)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Bem Vindo - Baruch Habá

                      Restaurando a Igreja.


                                             Ao longo de muitos anos se tem falado em renovação,avivamento e outros. O crescimento numérico tem acontecido, acompanhado de doutrinas variadas, teologias da libertação,prosperidade,curas,milagres,sinais,prodígios etc,etc,etc. No inicio do século 21 nos deparamos com milhares de "igrejas" espalhadas pelo país inteiro e principalmente nos grandes centros urbanos. E ao olharmos para dentro das igrejas,sejam elas históricas,pentecostais, neo-pentecostais.Vemos uma carência de Palavra de Deus, conhecimento bíblico,histórico e consequentemente teológico. Seminários formando os mais diversos tipos de "teólogos",totalmente desprovidos de conhecimento bíblico profundo. 'Pacotes prontos' preparados para serem empurrados goela a baixo dos néscios, com uma roupagem de espiritualidade, santidade e sabedoria, que esconde o fermento de Roma.
                                        Chegamos pois à conclusão de que o que nossas igrejas estão carecendo é de Restauração. Restauração profunda no manejo da Palavra, uma "limpeza" na massa levedada com o fermento da filosofia e mitologia greco-romana, voltando-se para suas raízes, a igreja 'primitiva', onde seus membros eram fiéis à Palavra,  os apóstolos lutavam contra o fermento de grupos de descendência judaica , como também de ensinamentos pagãos, dos povos não judaicos. Precisamos voltar a ser uma igreja judaico-messiânica.  Deixar o fermento de Roma e voltar à visão original,uma visão judaico-messiânica . Interpretarmos a Palavra, respeitando os costumes judaicos observados pelos apóstolos e o Senhor da Igreja, Yeshua haMashiach .
                                     Este é o nosso objetivo através deste site/blog. Trazer o esclarecimento de coisas que foram ocultadas por muitos anos,séculos de ignorância, a respeito do verdadeiro sentido das Escrituras e ensinamentos de Yeshua e seus apóstolos.
                                   Sabemos da responsabilidade que isto representa. Desmascarar uma mentira, que de tanto ser repetida, através dos séculos, passou a ser tratada como a verdade. Mas,não recuaremos diante das adversidades, pois, sabemos quem está conosco, haShem nos dará a força necessária na pessoa de seu unigênito Yeshua e na Roach haKadosh.